Revirando alguns escritos

Revirando alguns escritos, achei um datado em 17 de setembro de 2021 que diz: “Eu aprendi muito cedo, mas coloquei em prática tarde demais, que é preciso encarar o medo de rasurar, o medo de mostrar o equívoco, o medo de mostrar as imperfeições.”

Eu pedi pra Rafa bater umas fotos em que eu estivesse parcialmente escondida.

Esconder-me foi uma estratégiia de proteção, em decorrência do bullying e da longa convivência com comentários sutilmente depreciativos sobre a minha forma de ser ou de me expressar.

Querer estar atrás do tronco talvez seja uma representação incosciente de três décadas de convivência com essa construção de (auto)imagem negativa sobre meu ser/estar.

Mesmo, agora, em outra realidade, geralmente, Rafa bate inúmeras fotos e quase não fico satisfeita com o que vejo.

Até que, olhando registros com mais calma, como agora, percebo que a generosidade do olhar de quem registra é o que faz a beleza das fotografias, quando falta, à fotografada, tal compreensão sobre si.

E como gosto de me refazer a cada vivência, essa generosidade do olhar é algo que tenho aprendido a reconhecer como uma verdade possível para e sobre mim, também.

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