Resumo:
O livro ilustrado pós-moderno é essencialmente intersemiótico, pois se entrecruza em linguagens e sensibilidades. Não é o livro-suporte, mas sim o livro-objetoartístico. Nele, a tridimensionalidade se desdobra em dimensões híbridas, onde múltiplos níveis de ficção e realidade se movimentam na diegese metaficcional (Bette Goldstone). Por isso, são abissais, autorreferentes, autoconscientes ou autorreflexivos – a diegese em fluxo e contrafluxo; a contiguidade: o eu e o outro. É o Narciso infans que repousa no estado do espelho (Jacques Lacan), entretanto, sente-se refém do seu duplo, e anseia ser sombra (Victor I. Stoichita). É pósmoderno, porque fragmentado, paradoxal e ex-cêntrico (Linda Hutcheon). Não oculta a sua ficcionalidade, se metaficção (Gustavo Bernardo). Portanto, incorporam-se à nossa análise interdisciplinar de livros ilustrados pós-modernos, escolhidos por serem codex, intersemióticos e literatura infantojuvenil a posteriori (Cecília Meireles): Abra este pequeno livro (Cosac Naify, 2013), escrito pela norte-americana Jesse Klausmeier e ilustrado pela sul-coreana Suzy Lee; a trilogia de livros-imagem Espelho (Mirror, Seven Footer Kids, 2010), Onda (Wave, Chronicle Books, 2008) e Sombra (Cosac Naify, 2010), de Suzy Lee; o livro-imagem Zoom (Brinque-Book, 1995), Re-Zoom (Puffin Books, 1998) e O outro lado (Cosac Naify, 2007), do húngaro Istvan Banyai; e A contradição humana (Peirópolis, 2014), do português Afonso Cruz.
Palavras-chave:
Livro ilustrado pós-moderno; Metaficção; Literatura infantojuvenil; Reflexão especular; Intersemiose