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Há uma certa hipocrisia e desonestidade nos que se agarram ao discurso de que a posição política X é mais violenta, enquanto a posição política Y é mais pacifista. Viver três décadas sob estruturas doentias, que normalizam o abuso e a violência, ouvindo, nelas, desde falas capazes de infligir os direitos humanos mais básicos, até as mais conscientes, polidas e politicamente corretas (falas) não muito distantes da primeira (exceto pela carcaça), nas sutilezas das ações, concluí que alinhar aquilo que se diz com aquilo que se faz requer um exercício árduo, persistente e dinâmico não só de consciência (tal como ocorre com o exercício empático, por exemplo, quando se está desvinculado de uma dada realidade), mas de etapas multidimensionais, até que a boca do ciclo quase toque a sua cauda; o que não acontece, pois novas percepções e ações reverberam novos processo de consciência.O espiral da libertação.Por sua vez, quando o ouroboro se faz e a cobra abocanha o próprio rabo: a hipocrisia e a desonestidade acometem aqueles que com três linhas de discurso prometem, anunciam ou aparentam ser diferente do outro, diante da superficial e mascarada noção de consciência, que esconde o vazio de não saber o que se é, para além de um emulador de discursos.
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