Finalmente conversávamos.
– Parei com essa mania de tocar nas pessoas enquanto falo. As pessoas interpretam mal – me revelou.
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Certo dia, me relatou um ocorrido que me paralisou e me embrulhou o estômago.
Numa conversa com uma das irmãs dele, liderança [ocultado], repetiu a tal mania de tocar enquanto falava: apoiou as mãos, espontaneamente, no braço branco da cunhada, esta que fez gesto de pinça.
Pele preta sobre pele branca.
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Lembrou o ocorrido mostrando como foi o movimento feito pela irmã dele, também minha tia: colocou a mão em formato de pinça e segurou, minimamente, o braço preto da minha mãe, afastando-o e, seguida de uma expressão de desprezo, retirou-o com ar de nojo.