Exposed

Duas faces, a moeda tem
Quem decide não sou eu
Mas você

Cara ou coroa?
Escolha o que fazer.

O reverso expõe a cara
Do que valia dizer

Cara ou coroa?
Escolha o seu querer.

Dois lados, a moeda tem
A Efígie, anverso
Do poder

Cara ou coroa?
Escolha o que viver.

O valor se adorna
Se corrompe de prazer

Cara ou coroa?
Escolha o que vai dizer.




Comentários

Uma resposta para “Exposed”

  1. […] “Exposed” foi o primeiro texto que escrevi, mesmo com muito receio, expondo a vi0lência do relacionamento heteronormativo. Nesse período, eu tinha saído uma penúltima vez da casa na Encruzilhada com o desktop e algumas roupas para a casa dos meus pais (fazendo o mesmo pela última vez já com o instinto de sobrevivência no pico, extremamente estratégica para que o 4gress0r não me manipulasse). Não vou entrar em detalhes de tudo que aconteceu nesse dia, pois eu precisaria de longas falas explicativas minhas em vídeo, com lousa, para que eu pudesse explicar como a dissimulação da vi0lência patriarcal destrói nossas mentes sem sujar as mãos, apenas jogando iscas. Ainda preciso entender melhor como e onde demonstrar a complexidade disso, visto que, embora TODES mais ou menos saibam como funciona, seja como autor seja como objeto, temos a tendência a esconder o que não queremos ou não estamos prontes para ver. A delicadeza disso, para mim, é que viro alvo fácil, diante da reação frustrada do outro. Porque na sociedade competitiva em que fomos gerades é tão rápido quando a velocidade da luz querer atacar quem nos incomoda. Por isso, uma das percepções mais óbvias que tive, com a experiência de vida, é que na convenção social é mais simples a gente dizer que somos alguma coisa do que praticar, exercitar de fato um dado processo interno. Agimos por assimilação: um efeito manada. É o caso da empatia: muitos falam, poucos exercitam. Praticar a empatia é um processo de cura complexo, e não pode ser de uso constante, pois o excesso de empatia se transforma em autodestruição quando nos encontramos com cobras caninanas. Exposed me parece muito óbvio, porém mais para as pessoas que já passaram pela mesma vi0lência que a minha, pois costumo codificar meus textos com a camuflagem do sentir. […]