Nada precisa ser como um corpo branco de cavalo boiando num rio sem correnteza. Sequer aqueles que partem como quem leva os melhores momentos que a gente nem sabia que era capaz de gerar. Mas esses momentos nunca se vão verdadeiramente, pois estiveram sempre ali e sempre estarão, adormecidos, à espera da nossa atenção ou da generosidade de outros vínculos que naturalmente fazem a gente florescer por dentro e nos iluminam nos pequenos e mais simples gestos, como a mirada sobre a vegetação invisibilizada pela escuridão e revelada no movimento imprevisível dos vagalumes que nos presenteiam com a intermitência da sua existência, mostrando-nos que a escuridão é abrigo do fluxo contínuo da vida.
“Você perdeu algo muito importante. Você recebeu algo que até então não tinha recebido dessa forma. É natural chorar e ficar mal quando se perde algo que tem essa importância.”
Às vezes, a gente precisa ouvir outra pessoa falar as nossas próprias palavras para ter um pouco mais de compaixão consigo mesma.
05.09.2021