1min45seg – A educação nesse contexto, numa conjuntura cultural quermética, no Egito Antigo, a gente pode pensar filosoficamente que atividade educativa, que o ato de educar está ligado diretamente a uma configuração, ao cuidado com o coração. Na cultura egípcia o coração é a sede do pensamento, das emoção e do caráter. Então, educar passa pelo cuidado do coração, passa por uma cardiografia, por um cuidar, por um cultivo do coração. Por um cultivo do nosso pensamento, das nossas emoções e nosso caráter.
8min15seg – Orunmilá é um filósofo que viveu nos séculos sexto e quinto a.C. e tem a contribuição que o ato de educar tem relação direta com a produção do autoconhecimento. Na educação é inevitável passar pelo processo de autoconhecimento e saber a respeito das suas próprias condições, ter uma intimidade consigo. É uma intimidade consigo. Ou seja, a educação passa pela perspectiva de autoconhecimento. Por qual razão? Orunmilá tem uma filosofia, geopsicologia em que, de alguma forma, a gente pode compreender o mundo a partir dos quatro elementos: água, ar, terra e fogo e a harmonização desses elementos. Então, o autoconhecimento tem a relação com a compreensão que temos a respeito de nós, e essa compreensão faz com que nós possamos ter uma vida em harmonia, em bem-estar ou em axé. A expressão “axé”, em iorubá – que a gente pode traduzir de formas variadas – de alguma forma circunscreve energia vital, vitalidade, aquilo que torna possível a realização, os acontecimentos, isso é fundamental, pensar a partir daí, ou seja, a partir de Orunmilá , manter o axé. Educar, o ato educativo tem a ver com a nossa capacidade de estarmos em harmonia conosco, na filosofia de Orunmilá.